sexta-feira, 19 de março de 2010

"Ter um corpo é condição de existência(...)
Ser um corpo, é condição de humanidade."
Gonçalves,1997.

terça-feira, 16 de março de 2010

Relato afetivo de uma proponente que se foi e deixou seus rastros...


Utilizo este espaço para postar palavras... o coletivo em obras muito significou para mim, para as minhas proposições e pensamentos em arte.
Iniciei a proposta convidando ex-alunos do Arena da Cultura, amigos, pessoas que trabalham com arte e espaço urbano. No começo, os encontros tinham muitas pessoas, 10, 15, 20 pessoas. Aos poucos, o coletivo começou a minar... 3, 4, 5 pessoas.
Mas resistiu (resisti!). Eu não resisti por achar que estava sendo vista como "diretora", ou como "proponente", estava pesado demais para mim, artista de guerra, estudante das arte, dona-de-casa, desempregada! Tinha as minhas inquietações, anseios e comunicações, afinal trabalho com arte há muito tempo...
Desde o inicio propus ao coletivo ser auto-gestor, falei, falei, falei...(e falo). Quando resolvi não estar mais no grupo, pensei comigo que se a autogestão foi lançado, o grupo haveria de resistir... (e resisti!).
Fico feliz em saber dessa caminhada, deste grupo ser habitado por pessoas que desejam muito se movimentar pela arte e estão iniciando um trabalho em arte!
Fico feliz em saber que participei, estive junto, comprometi-me e me despedi sabendo que esta também seria uma decisão rumo a autogestão do coletivo.
Daqui, caminho a passos tortos, as vezes olho para os lados, e também para traz. Ainda tenho a senha e acesso ao coletivo... daqui posto imagens, textos, ressonâncias de um coletivo que é potência. Um coletivo que muito contribuiu para o meu processo artístico, acadêmico, político, poético... para a minha atitude micropolítica perante a cidade em que habito, Belo Horizonte.
Estou finalizando um texto dissertativo em artes. Em obras faz parte de todo esse processo teórico-prático.
Sou feliz pelos bons encontros! Sou feliz pelas crenças que carrego comigo, sobre arte, filosofia, vida e urbanidade.
Bons encontros, parceiros
Em obras e avante!
Um grande abraço Marcelle Louzada

Intervenção no Museu (vazio) de Arte da Pampulha - Belo Horizonte - 2010




O que você faria se passasse todas as suas férias de janeiro em Belo Horizonte? Se em um domingo ensolarado resolvesse levar a família para um passeio na Pampulha e se deparasse com o Museu de Arte com as portas abertas, funcionários, seguranças, mas absolutamente vazio por dentro? Se questionasse o porquê do Museu estar vazio e manter suas portas abertas e ouvisse como resposta que o espaço vazio está aberto para visitações de sua arquitetura? Se tentasse de alguma forma se divertir no local (afinal, tinha se deslocado para lá naquele domingo) e, ao encostar em uma das cortinas fosse reprimido pela segurança local? Se percebesse que os outros visitantes caminhassem pelo local e fotografassem poses e closes deles mesmos sem ao menos perceber a ausência de obras no Museu? Se soubesse que parte da verba pública destinada a cultura fosse para a manutenção do Museu, bem como para a aquisição de novas obras e projetos e viabilidade de novas exposições? Se trabalhasse com cultura e arte na cidade a duras penas por sentir que os espaços culturais estão cada vez mais compridos, reprimidos e ignorados?

Em Obras esteve presente nessa ação-provocação!
Em Obras e avante!